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O desmatamento na Amazônia atinge níveis recordes

O desmatamento na Amazônia atinge níveis recordes

O desmatamento na Amazônia atinge níveis recordes

O bioma amazônico, a maior floresta tropical do mundo, tem enfrentado nas últimas décadas uma aceleração sem precedentes no desmatamento de suas áreas. Dados recentes mostram que entre 2021 e 2022, o desmate na região alcançou 13.235 km2 desmatados, o nível mais alto em 15 anos. 

Causas do aumento do desmatamento

Existem vários fatores que explicam esse aumento contínuo do desmate na floresta amazônica:

Expansão da pecuária

– A pecuária extensiva é uma das principais causas do desmate, por necessitar de grandes extensões de terra para a criação de gado

– Estima-se que 70% do desmatamento ocorre para abrir espaço a pastagens

– O rebanho bovino na Amazônia saltou de menos de 1 milhão de cabeças em 1970 para mais de 85 milhões em 2020

Mineração ilegal

– Atividades como o garimpo ilegal de ouro provocam graves danos ambientais e desmatamento

– Estima-se que 30% do ouro produzido na região amazônica seja proveniente dessas atividades ilegais

Extração madeireira 

– A extração predatória de madeira também impulsiona a destruição da floresta

– Cálculos indicam que até 80% de toda a madeira retirada da Amazônia tem origem ilegal

– Isso se deve tanto ao corte direto de árvores quanto à abertura de estradas que facilitam novas invasões

Consequências do aumento do desmatamento

As consequências do desmatamento desenfreado da Amazônia são graves e afetam não apenas o bioma regional, mas o clima global:

Mudanças climáticas

– Com menos árvores, menos carbono é retirado da atmosfera, intensificando o **aquecimento global

– Estima-se que a floresta amazônica armazene até 140 bilhões de toneladas métricas de carbono – equivalente a mais de 15 anos de emissões globais

Perda de biodiversidade

– A floresta abriga 10% das espécies conhecidas no mundo, muitas das quais exclusivas da região

– O desmate e as queimadas colocam em risco animais e plantas ainda não catalogados pela ciência

 Danos aos povos indígenas

– Os povos originários da Amazônia são muito dependentes da floresta para sua sobrevivência física e cultural

– O desmatamento invade terras indígenas demarcadas, expulsa essas populações e destrói seu modo de vida

 Comprometimento dos “rios voadores

– O bioma amazônico libera na atmosfera, a cada dia, 20 milhões de toneladas de vapor d ́água

– Esses “rios voadores” são responsáveis pelas chuvas em outras regiões do Brasil e países vizinhos

– Sua redução pelo desmate afeta o regime de chuvas em áreas agrícolas e centros urbanos distantes

Estatísticas e dados importantes

Alguns números ajudam a entender a dimensão e tendência do problema:

– Em 2022, os estados que mais desmataram foram:

  – Pará: 4.100 km2 

  – Amazonas: 2.500 km2

  – Mato Grosso: 2.400 km2

  – Rondônia: 2.300 km2

– Desde 1985, 758.920 km2 foram desmatados na Amazônia Legal, uma área equivalente a 2 vezes o estado de São Paulo

– A taxa anual de desmatamento na década de 1990 era de 11.000 km2 /ano. Houve queda nos anos 2000, mas voltou a subir a partir de 2012, atingindo os níveis mais altos em 2022.  

Evolução do desmatamento na Amazônia

| Ano | Área desmatada | Variação 

|2021|11.600 km2| +7,9%|

|2022|13.200 km2| +13%|

Políticas anti ambientais facilitam desmatamento

Ambientalistas e organizações da sociedade civil responsabilizam as políticas do governo Bolsonaro como um dos fatores que facilitaram o avanço acelerado do desmate:

– Redução da fiscalização pelos órgãos ambientais

– Concessões recordes para mineração em terras indígenas

– Perseguição a servidores de órgãos ambientais

– Defesa da legalização de terras griladas   

Essas medidas enfraqueceram os mecanismos de proteção da Amazônia, permitindo a invasão de terras e aumentando a sensação de impunidade para crimes ambientais.

A gente lamenta o desmonte das políticas de proteção socioambiental no Brasil. Isso tem reflexo direto no aumento do desmatamento Fonte: André Guimarães, IPAM.

O que esperar para o futuro?

Infelizmente, as perspectivas não são animadoras caso o cenário atual se mantenha:

– Risco de savanização: com 20 a 25% da floresta devastada, não haveria precipitação suficiente para manter o ecossistema, que se transformaria em savana

– Aumento nas emissões brasileiras de gases estufa, colocando em risco os compromissos climáticos internacionais

– Danos irreversíveis à biodiversidade, incluindo a extinção de espécies ainda desconhecidas

– Maior pressão sobre terras indígenas, atingindo populações inteiras 

Perguntas frequentes

O que é o bioma amazônico?

O bioma amazônico abrange toda a bacia amazônica, incluindo a floresta tropical que cobre grande parte do território de países como Brasil, Peru, Colômbia e Venezuela. É o bioma de maior extensão da América do Sul.

Qual a importância ambiental da Amazônia?

Por sua vasta cobertura vegetal, a Amazônia tem papel crucial nos ciclos globais de carbono, de água e de energia. Também abriga enorme biodiversidade e diversas populações indígenas.

Por que o desmatamento na Amazônia vem aumentando? 

O desmatamento resulta principalmente de atividades econômicas como a pecuária extensiva, as lavouras de soja, a extração madeireira e mineração ilegais. A fiscalização ambiental deficiente também facilita essas invasões.

Quais as consequências do aumento do desmatamento da Amazônia?

As consequências incluem emissões de carbono que agravam as mudanças climáticas globais, extinção de espécies, comprometimento dos “rios aéreos” responsáveis pelas chuvas na América do Sul e danos irreversíveis aos povos indígenas da região.

Considerações finais

O desmatamento sem precedentes que vem ocorrendo na Amazônia é extremamente grave e tem consequências locais e globais. São necessárias medidas urgentes dos governos da região, especialmente do Brasil, para conter o avanço da destruição e garantir a preservação desse patrimônio ambiental essencial para o planeta. Caso contrário, em poucas décadas a floresta poderá atingir um ponto sem volta.

 

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